Os manifestantes, vindos da cidade de El Alto, marcharam até a Plaza Murillo, em frente ao palácio presidencial, onde expressaram seu apoio ao presidente Arce. “¡Lucho, você não está sozinho!”, gritavam em coro. Em seu discurso aos apoiadores, Arce destacou a determinação do povo boliviano em resistir a tentativas golpistas e defendeu a estabilidade democrática do país.
A tentativa de golpe de junho levou à detenção de 22 militares e civis, incluindo ex-comandantes das Forças Armadas. O episódio gerou ainda mais polarização entre os seguidores de Arce e de seu antecessor Evo Morales, que acusa Arce de estar tramando um autogolpe.
A situação política conturbada se insere em um contexto econômico delicado, marcado por escassez de combustível e aumento do custo de vida, o que tem alimentado os protestos contra o governo. O ministro da Economia, Marcelo Montenegro, no entanto, minimizou os desafios econômicos, classificando-os como “problemas transitórios”.
Além das tensões políticas, a Bolívia ainda vive um embate interno no Movimento ao Socialismo (MAS), partido dominante há 17 anos. Arce e Evo disputam o controle do partido e a possível candidatura presidencial em 2025, o que intensifica a polarização no cenário político boliviano.
Diante desse cenário de incertezas e turbulências, a manifestação de apoio a Arce ganha relevância como um sinal de resistência e unidade em meio às divisões políticas e aos desafios econômicos que o país enfrenta.