Protesto em São Paulo Reúne Apoio à Venezuela e Críticas à Intervenção dos EUA
No último sábado (13), um significativo ato de protesto tomou as ruas de São Paulo, reunindo diversas organizações políticas e sindicais em defesa da Venezuela e em repúdio às ações militares atribuídas aos Estados Unidos. O evento, realizado na Academia Paulista de Letras, foi puxado pelos Comitês de Luta e contou com o apoio do Partido da Causa Operária (PCO), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e de sindicatos de várias partes do país.
A manifestação surge em resposta a um recente incidente no Caribe, onde bombardeios a uma embarcação venezuelana resultaram na morte de 11 pessoas. Antônio Carlos Silva, professor e coordenador nacional dos Comitês de Luta, expressou sua preocupação com a iminência de uma agressão militar contra a Venezuela, enfatizando a necessidade de união entre diferentes segmentos sociais e políticos para enfrentar as ameaças do imperialismo. Segundo ele, “a situação exige que os movimentos de luta dos trabalhadores e todos os que defendem os direitos humanos se mobilizem”.
Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, também se pronunciou, destacando que a pressão americana sobre Caracas é parte de uma estratégia mais ampla de instabilidade que se estende pelo globo. Ele mencionou que a Venezuela está sob constante assédio, com tentativas de golpes de estado e interventores dispostos a atacar. Pimenta afirmou: “Qualquer ação do imperialismo contra um país do continente precisa ser respondida”, reforçando a necessidade de um protesto contínuo.
O ato acontece em um contexto de escalada de tensões entre Washington e Caracas, com os Estados Unidos aumentando sua presença militar na região, incluindo o envio de aeronaves F-35 para Porto Rico. As ameaças se intensificaram após a denúncia do governo venezuelano de um suposto ataque a uma embarcação pesqueira por um navio de guerra americano, classificado como “ilegal e hostil”.
A mobilização teve um tom internacionalista e anti-imperialista, buscando agregar vozes de diferentes origens em um chamado comum para resistir às agressões globais, não apenas à Venezuela, mas também a povos que enfrentam embates semelhantes em várias partes do mundo. O evento se destacou como um marco de resistência e solidariedade em tempos de crescente tensão geopolítica.