A decisão de facilitar o retorno dos palestinos foi anunciada por Majid al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, que destacou a situação delicada em que se encontram as comunidades afetadas. A medida surge no contexto de um acordo mais amplo que prevê a liberação de prisioneiros por ambas as partes, refletindo um esforço para reduzir a tensão na região. Recentemente, o Hamas havia libertado um grupo de reféns, em troca da liberdade de 200 prisioneiros palestinos, alguns dos quais cumprem penas por crimes relacionados ao terrorismo.
O cessar-fogo de 42 dias, mediado por países como Catar, Egito e Estados Unidos, entrou em vigor em 19 de janeiro, após um acordo dramático que visava pôr fim a um conflito que começou com um ataque do Hamas, que resultou na morte de aproximadamente 1,1 mil israelenses e no sequestro de cerca de 250. Esse ataque e a subsequente resposta militar de Israel exacerbaram uma crise humanitária já crítica na Faixa de Gaza, amplificando a necessidade de uma intervenção internacional.
As cláusulas do acordo estabelecem que, nesta fase inicial, Israel deve liberar 33 reféns em troca de cerca de mil prisioneiros palestinos. Além disso, as tropas israelenses têm a obrigação de se retirar para as fronteiras do enclave. Este recente cessar-fogo representa a segunda trégua estabelecida no atual conflito, sendo a primeira, em novembro de 2023, que durou apenas seis dias e não conseguiu estabilizar a área.
O retorno em massa de palestinos ao norte da Faixa de Gaza ilustra não apenas a urgência da situação, mas também os desafios contínuos que a população enfrenta em decorrência de hostilidades prolongadas. A nova rodada de deslocamentos indica um passo, ainda que incerto, em direção a uma possível resolução mais duradoura da crise na região, que há muito tempo anseia por paz e segurança.