Os dados indicam que as áreas mais afetadas são Aleppo, Idlib e Hama, onde milhares de civis fugiram diante da intensificação dos conflitos. Este aumento na migração interna é reflexo de uma escalada de violência que culminou na recente tomada da capital, Damasco, pela oposição armada. As autoridades revelaram que, após negociações, o presidente Bashar al-Assad renunciou e se refugiu na Rússia, levando à formação de um novo governo interino, liderado por Mohammed al-Bashir, ex-comandante de um dos grupos opositores.
A queda do regime de Assad, que governou o país por mais de duas décadas, é vista como um marco significativo após anos de instabilidade, que se intensificaram desde os protestos da Primavera Árabe em 2011. Aqueles que inicialmente se manifestavam pacificamente contra o governo se viram obrigados a adotar a luta armada frente à repressão, engajando-se em uma violenta guerra civil que desfigurou a nação.
A entrada da Rússia no conflito em 2015, com o objetivo declarado de combater o terrorismo, alterou a dinâmica da guerra, permitindo ao governo sírio recuperar alguns territórios. No entanto, as tensões geopolíticas e questões internas, como a recusa de Assad em repatriar milhões de refugiados, contribuíram para o ressurgimento da oposição armada. A nova ofensiva, que se concentra na parte noroeste do país, é marcada pela atuação de grupos diversos que buscam estabelecer um novo governo, desafiando assim a já frágil estabilidade da Síria.
Com a atual crise humanitária agravada, há um crescente clamor por soluções diplomáticas e a provisão imediata de assistência às centenas de milhares de deslocados que se encontram em situação de vulnerabilidade extrema. A sociedade internacional enfrenta um momento decisivo para reverter o estado de calamidade e promover a paz em uma região marcada pela dor e pela divisão.