Maduro declara na CELAC que OMC foi ‘sepultada’ pela guerra tarifária e clama por união na América Latina contra políticas de Washington.



Na recente IX Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizada em Tegucigalpa, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reafirmou sua crítica contundente às políticas comerciais adotadas pela administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante sua participação virtual, Maduro alegou que estas medidas tarifárias representam um ataque à unidade regional e ao multilateralismo, afirmando que a Organização Mundial do Comércio (OMC) foi “sepultada” sob as consequências dessa guerra tarifária.

Maduro enfatizou que, diante das sanções e medidas punitivas instituídas por Washington, a única alternativa viável para os países da América Latina é buscar uma colaboração mais estreita entre si. Ele convocou os líderes da região a unirem forças para construir um novo paradigma de cooperação econômica, política e social. “É possível a união. Unamo-nos na diversidade para podermos fazer deste século um tempo de autodeterminação, soberania, verdadeira liberdade e uma base econômica, social e moral poderosa”, declarou.

O presidente venezuelano também propôs a criação de uma Secretaria-Geral da CELAC, sugerindo que a comunidade deveria se articular para desenvolver uma estrutura que fortaleça as iniciativas regionais a médio e longo prazo. Durante o evento, a presidência pro tempore da CELAC foi transferida da presidente hondurenha Xiomara Castro para seu colega colombiano, Gustavo Petro. A declaração final, que reuniu o apoio de 30 dos 33 países membros, expressou o repúdio aos atos coercitivos unilaterais que contrariam o direito internacional.

Além das críticas de Maduro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, juntou-se ao coro de descontentamento, denunciando as tarifas dos EUA e enfatizando que a atual conjuntura representa um dos períodos mais críticos da história da América Latina. Lula salientou que a restabelecimento de antigas hegemonias na região coloca em risco a liberdade e a autodeterminação dos povos latino-americanos, e chamou a atenção para o efeito devastador das guerras comerciais nas economias nacionais.

Assim, a Cúpula da CELAC emerge não apenas como um fórum para discutir políticas regionais, mas também como um espaço crucial para a defesa da autonomia e soberania da América Latina em face de pressões externas que tentam moldar seu futuro. A união proposta por líderes como Maduro e Lula demonstra um movimento de resistência e busca por alternativas mais justas dentro do cenário internacional.

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