Durante um evento político para marcar um mês da eleição, Maduro afirmou que “os gringos não têm moral para se meter nos assuntos eleitorais nem políticos da Venezuela”. O procurador-geral da Venezuela também acusou o presidente Lula e Gustavo Petro, presidente da Colômbia, de se intrometer nas questões do país.
Maduro utilizou o exemplo do Brasil para argumentar a favor da decisão do TSJ, afirmando que a eleição venezuelana foi confirmada por uma Corte superior, assim como ocorreu no pleito que deu a vitória a Lula em 2022. Ele ressaltou que as instituições brasileiras resolveram seus problemas internamente e que o país não teve intervenção externa.
Diferentemente do que aconteceu no Brasil, onde as eleições foram validadas por observadores internacionais, a eleição na Venezuela foi alvo de críticas da comunidade internacional. O Centro Carter, que atuou como observador na Venezuela, considerou que o pleito não atendeu aos padrões internacionais de integridade e não foi democrático.
A OEA também não reconheceu o resultado divulgado pelo CNE venezuelano e pediu a publicação das atas eleitorais. A decisão do TSJ de ratificar a eleição de Maduro e proibir a divulgação das atas tem sido alvo de contestação da oposição e da comunidade internacional, que questionam a imparcialidade das instituições venezuelanas.
A oposição venezuelana, liderada por Edmundo González, alega que houve irregularidades no processo eleitoral e pede uma auditoria imparcial das atas. No entanto, o TSJ considerou que González desacatou a Justiça ao não comparecer a audiências convocadas após a eleição e pode estar sujeito a sanções.
Diante da ampla repercussão da decisão do TSJ e das críticas internacionais, a situação política na Venezuela continua instável, com a oposição contestando a legitimidade do governo de Maduro. O caso coloca o ex-presidente Lula em uma posição delicada, uma vez que suas declarações e posicionamentos foram alvo de críticas por parte do presidente venezuelano.