Este encontro relembra o trágico Quebra de Xangô de 1912, um episódio de intolerância que resultou na perseguição de líderes religiosos e na destruição de terreiros em Alagoas. Neste ano, o evento integrou importantes datas comemorativas, como o Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial e o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, reforçando o compromisso contínuo com a visibilidade e o reconhecimento das tradições afro-brasileiras.
Organizado pela Prefeitura de Maceió, através da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), o Xangô Rezado Alto teve início com um desfile pela Rua Sá e Albuquerque. Os participantes, ao som dos tambores dos maracatus, promoveram uma manifestação contra a intolerância religiosa. Na sequência, a Praça Dois Leões tornou-se o palco de várias apresentações, incluindo performances de grupos renomados como a Orquestra de Tambores e o Afoxé Odô Iyá.
Myriel Neto, presidente da FMAC, destacou que o evento não é só cultural, mas também um poderoso ato político para valorizar a diversidade religiosa em Maceió. “Precisamos reconhecer a importância das tradições afro-brasileiras. Este evento nos convida à reflexão e à reafirmação da identidade coletiva que molda nossa cidade”, afirmou.
Além disso, a coordenadora municipal de Igualdade Racial, Lucélia Silva, reafirmou o compromisso da campanha “Maceió é Massa com Igualdade Racial”, que busca promover equidade e respeito às religiões de matriz africana. Para Mãe Graça de Alafim, organizadora do evento, o Xangô Rezado Alto desempenha um papel crucial na preservação da memória coletiva, celebrando a resiliência e a força de suas tradições ancestrais que resistem ao tempo.
Assim, o Xangô Rezado Alto se consolida não só como um evento de resistência cultural e religiosa, mas também como uma festa de alegria e renovação da esperança em um futuro de igualdade e respeito mútuo em Maceió.