Maristela Positano, que já realiza um trabalho voltado para a cultura de paz e prevenção às drogas e exploração sexual infantil, destacou que o lançamento do clipe foi uma maneira de celebrar os 22 anos de atuação do Maceió Voluntário. O clipe aborda a ancestralidade e tem como propósito dar visibilidade às pessoas esquecidas na sociedade, como os excluídos e marginalizados. Segundo a escritora, essas pessoas muitas vezes não recebem atenção política, amorosa, respeitosa ou de justiça.
A construção do clipe teve a participação da própria Maristela Positano, que utilizou desenhos feitos por ela mesma. Como terapeuta, ela explorou o tema da tanatologia, que é o estudo científico da morte, para criar os desenhos. Maristela explicou que durante um curso de tanatologia, sentiu a vontade de desenhar rostos, resultando em aproximadamente 300 rostos desenhados que representam pessoas que já morreram e foram esquecidas.
Licurgo Spinola, produtor e roteirista do curta, revelou que a ideia do clipe partiu de Maristela após ela participar de um curso de tanatologia. A proposta do clipe é relembrar aquelas pessoas que foram esquecidas até mesmo por suas próprias famílias. Licurgo ressaltou a importância de resgatar a história pessoal dentro do âmbito familiar, aproveitando a oportunidade para refletir sobre a sociedade atual.
O produtor citou o bairro do Pinheiro como exemplo desse esquecimento. O bairro se tornou um cenário cinematográfico apocalíptico após ser afetado por problemas estruturais. Licurgo ressaltou a quantidade de histórias e famílias que foram esquecidas devido a esses problemas. Através do clipe, a criança que representa o renascimento conduz o espectador a refletir sobre a importância de preservar as memórias e lutar contra o esquecimento.
O clipe “Os Esquecidos” é um trabalho artístico e emocionante que aborda questões de grande relevância social. Ao lançá-lo durante a Bienal do Livro, Maristela Positano e Licurgo Spinola contribuíram para ampliar a discussão sobre a importância de não esquecermos aqueles que foram marginalizados e excluídos pela sociedade. As imagens e os desenhos presentes no clipe são uma forma de dar voz e visibilidade a essas pessoas, reforçando a necessidade de uma sociedade mais justa e igualitária.