As atividades começaram às 14 horas, com cortejos e apresentações musicais dedicadas à Rainha do Mar. Logo de início, o evento foi marcado pelo desfile das tradicionais bandas de afoxé, que deram início às festividades com seu ritmo contagiante. Na sequência, o xirê do Ilê Axé Legionirê Nitó Xoroquê prestou uma emocionante homenagem à Iemanjá, seguido do samba de roda do grupo K’Posú Betá. Este último ato do pôr do sol foi uma linda homenagem a Mãe Mirian, uma das mais respeitadas figuras do candomblé em Alagoas, celebrando também seus 90 anos de vida.
Como destacou Myriel Neto, presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural, a realização do evento reafirma o compromisso da gestão com a valorização das tradições afro-brasileiras. “A Festa das Águas é mais do que um evento cultural; é um símbolo de respeito às tradições e à religiosidade afro-brasileira. É uma honra poder proporcionar esse momento especial para a população e os visitantes”, comentou.
À noite, as atrações seguiram animadas com apresentações de destaque. O grupo Coco dos Pretos levantou o público, enquanto a consagrada banda Olodum encerrou o dia com sua energia contagiante, levando a multidão a pular e celebrar ao som de seus tambores.
Participantes como Luiz Costa, morador de Maceió, destacaram a importância do evento para a resistência cultural e religiosa. “Momentos como este são fundamentais para reafirmar nossa vivência, nosso jeito de ser e nossa maneira de entender o mundo”, afirmou ele, refletindo o espírito de resistência e celebração das raízes culturais.
Este encontro foi também uma oportunidade para refletir sobre a liberdade religiosa em Maceió, cidade que se orgulha de sua diversidade e acolhimento. Igor Rebêlo, um dos frequentadores, resumiu bem esse sentimento: “A festa vai além da religião; é sobre acolhimento e ancestralidade. É emocionante ver tantas pessoas felizes, compartilhando este momento de unidade e celebração.”
A Festa das Águas, mais uma vez, cumpriu seu papel de unir tradições, religiões e pessoas em um momento de respeito e alegria, marcando mais um capítulo de integração cultural na história de Maceió.