Snjoyan, que era o número 1 francês na categoria até 67kg e estava preparado para a competição, teve que lidar com as preocupações de sua família em relação à sua segurança. O jovem lutador de 22 anos destacou que “todo armênio que entra em território do Azerbaijão corre o risco de não retornar” e que a vida mostra a gravidade dessa situação.
O conflito entre Azerbaijão e Armênia é um tema sensível e complexo, com décadas de disputas territoriais na região do Cáucaso. O enclave de maioria armênia de Nagorno-Karabakh tem sido palco de conflitos intensos ao longo dos anos, com duas guerras importantes em 1988-1994 e em 2020, esta última vencida pelo Azerbaijão.
A tensão entre os dois países continua presente, com incidentes armados regulares e acusações mútuas de disparos na fronteira. Desde que Baku retomou o controle de Nagorno-Karabakh em setembro de 2023, a Armênia suspeita das intenções do Azerbaijão em relação a outros territórios.
Para Snjoyan, nascido em Yerevan em 2001, o dilema entre seguir seus sonhos esportivos e as preocupações com sua segurança e a de sua família foi um desafio difícil de enfrentar. Ele lamenta que o torneio de qualificação não tenha sido realizado em um país de paz e reforça a importância de priorizar a segurança e o bem-estar dos atletas em situações de conflito.
A coragem e a determinação de Gagik Snjoyan em colocar sua segurança e a de sua família em primeiro lugar são um exemplo da complexidade das questões geopolíticas que muitas vezes afetam os atletas em todo o mundo. Sua decisão de abrir mão de uma oportunidade importante em sua carreira esportiva mostra o quanto as questões fora dos campos e quadras podem impactar a vida dos atletas.