Estas terras, em grande parte, são registradas e têm sido passadas de geração em geração, pertencendo atualmente a pequenos produtores que dependem delas para sua subsistência. O advogado Adeilson Bezerra, presidente estadual do partido Solidariedade, ressaltou a crise que poderia ocorrer caso quase 10 mil pessoas fossem deslocadas. Ele apontou que a medida não apenas geraria conflitos, mas também abalaria a economia local, uma vez que estas áreas são dedicadas à agricultura diversificada e pequenas criações.
Bezerra destacou a urgência de informar a população e as autoridades políticas sobre a realidade dos pequenos agricultores, muitos dos quais estão sendo erroneamente comparados a grandes fazendeiros. A mobilização, liderada por entidades como a Associação Comunitária dos Produtores Rurais da Serra do Amaro, representada por Antônio Marcos, não se posiciona contra os povos indígenas Xucurus Kariri, mas sim pela sobrevivência das famílias que dependem das terras para plantio e criação de animais.
Helena Almeida, uma agricultora que vive no sítio há mais de cinco décadas, expressou sua grande preocupação com a ameaça de perder seu meio de vida. A insegurança decorrente da demarcação tem, inclusive, dificultado o acesso ao crédito rural, essencial para a continuidade das atividades agrícolas.
A reunião contou com a presença de diversas lideranças locais, que destacaram a necessidade de conscientizar a população sobre os direitos dos agricultores. Propostas para fortalecer a agricultura familiar também estão em discussão com órgãos estaduais, visando garantir apoio contínuo aos pequenos produtores, que desempenham um papel crucial na economia da região de Alagoas.
