Lula no G20 Social: “Movimento é apenas o começo de uma luta que deve ir além dos encontros anuais”, alerta em discurso no Rio de Janeiro.

No último sábado, 16 de novembro de 2024, o Píer Mauá, no Rio de Janeiro, foi palco da cerimônia de encerramento do G20 Social, evento que mobilizou mais de 47 mil pessoas ao longo do ano e contou com a participação direta de 17 mil. Este fórum precede a cúpula de líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro, destacando a relevância das discussões sociais na agenda internacional.

Durante a cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou o documento final, que traz recomendações sobre três temas prioritários para o Brasil na presidência do G20: reforma da governança global, combate à fome e à pobreza, e enfrentamento das mudanças climáticas. Lula enfatizou a importância de que o G20 Social não seja um evento isolado, mas, sim, um ponto de partida para uma luta contínua. “Esse momento é o início de uma luta que vocês terão que dar sequência durante 365 dias do ano”, afirmou.

Lula criticou o gasto excessivo em armamentos, que ultrapassou US$ 2,4 trilhões no ano, enquanto afirmou que a ação global contra a fome enfrenta um desvio de atenção considerável. Para enfrentar este problema, o Brasil está buscando a viabilização da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa que espera captar recursos de diversos países para implementar políticas públicas nas regiões mais afetadas.

Outro ponto destacado por Lula foi a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, que ainda é dominado por cinco membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Ele argumentou que é preciso incluir uma representação mais ampla, que considere países da América Latina, África e a maior parte da Ásia, em um conselho que deve refletir a realidade atual das relações internacionais.

Além de Lula, a cerimônia contou com a participação de lideranças de movimentos sociais e de representantes internacionais, como Ronald Lamola, ministro sul-africano de Relações Internacionais e Cooperação. A jornalista iemenita Tawakkol Karman, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, também fez uma touchante intervenção sobre as crises no Oriente Médio, transitando entre a equidade econômica e a urgência por paz.

Ceres Hadich, coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST), denunciou o silêncio internacional diante da situação na Faixa de Gaza e criticou o embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba, que completa mais de 50 anos com impactos devastadores na população.

O evento teve um tom de mobilização, convidando a sociedade a participar ativamente da construção de soluções para problemas globais. Lula reafirmou que sua administração trabalhará para levar as recomendações discutidas a outros líderes no G20, evidenciando que a próxima etapa exigirá um esforço contínuo e colaborativo.

O Brasil também sediará, no próximo ano, a cúpula do BRICS e a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 30), com a expectativa de que esses eventos promovam diálogos ainda mais produtivos.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo