Lula também comentou sobre o convite que recebeu para participar da cúpula da Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN), que ocorrerá em setembro na Malásia. Segundo ele, o BRICS já representa quase 40% do PIB global em paridade de poder de compra e mantém um crescimento médio superior ao da maioria das economias mundiais.
O presidente brasileiro ressaltou que o Sul Global deve liderar uma nova abordagem de desenvolvimento sustentável, focada em industrialização verde e práticas agrícolas com baixo impacto ambiental. Ele argumentou que a região está pronta para essa transformação, baseada em seus recursos ecológicos e comprometimento social. “Temos 33% das terras agricultáveis do planeta e investimos em energia renovável. É nosso papel apresentar soluções para os desafios mundiais”, enfatizou.
Além disso, ele alertou que a descarbonização das economias é um caminho sem volta e que uma revolução tecnológica se faz necessária em diversas áreas, incluindo infraestrutura e inteligência artificial. Lula também destacou o papel do BRICS em enfrentar questões como a fome e a pobreza, exigindo mobilização de recursos e uma maior capacitação na cadeia global de suprimentos. Nesse contexto, reiterou a importância de simplificar o comércio internacional e criar alternativas de pagamento que reforcem a soberania econômica dos países do Sul.
Em seu discurso, Lula fez um apelo à paz, criticando a falta de liderança internacional que contribui para crises humanitárias e conflitos. Ele enfatizou que a responsabilidade pela estabilidade mundial recai sobre os líderes de Estado, e que é preciso unir forças para buscar um futuro mais seguro. No encerramento, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar bin Ibrahim, ressaltou a importância do Sul Global como defensores do multilateralismo, reconhecendo Lula como uma voz corajosa das aspirações dessas nações.