O Palácio do Planalto e o Itamaraty têm a percepção de que os recentes acontecimentos na Venezuela, como a prisão e inelegibilidade de adversários políticos de Maduro, evidenciam que um acordo previamente firmado entre o governo venezuelano e a oposição não está sendo cumprido. O acordo, estabelecido em Barbados no ano passado, tinha como objetivo garantir eleições livres, justas e transparentes.
Além disso, os Estados Unidos decidiram retomar sanções econômicas à Venezuela após o descumprimento do acordo, o que foi discutido durante uma reunião entre Lula e o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, em Brasília, na semana passada, no âmbito do encontro de chanceleres do G20.
Durante o encontro bilateral entre Lula e Maduro, foram tratados diversos assuntos, entre eles o combate conjunto aos garimpeiros ilegais em áreas yanomamis nos dois países. Maduro também mencionou uma melhoria na economia venezuelana, com a redução da inflação e o crescimento do país. A dívida da Venezuela com o Brasil, que ultrapassa US$ 2 bilhões, também foi discutida para facilitar as trocas bilaterais no comércio de bens e serviços.
Em relação às tensões entre a Guiana e a Venezuela pela região de Essequibo, rica em petróleo e territorialmente guianense, Lula afirmou que o assunto não foi abordado no encontro. O presidente brasileiro também se reuniu com o presidente da Bolívia, Luis Arce, e participou de outras reuniões e cerimônias durante o dia.
O restante do dia de Lula foi dedicado à participação na cúpula da Celac, com previsão de retorno a Brasília às 19h20. A agenda do presidente incluiu encontros com líderes de diversos países latino-americanos e caribenhos para discutir questões regionais e internacionais de interesse mútuo.