Ao ser questionado sobre o assunto, Lula afirmou que não foi informado sobre a intenção de criar uma Petrobras no Oriente Médio e que precisará conversar com Prates para saber mais sobre os planos da empresa. Ele também afirmou que a Petrobras precisa fazer o que for necessário para se tornar uma grande empresa e ajudar o Brasil a crescer.
O presidente ainda destacou que a Petrobras não deixará de prospectar petróleo, mas que se transformará em uma empresa de energia como um todo, não apenas combustíveis fósseis. Essa declaração surge após Prates ter anunciado a intenção de inaugurar a Petrobras Arábia, com sede a ser escolhida de acordo com análises e oportunidades.
No entanto, o anúncio pegou não somente Lula, mas também outros integrantes do governo de surpresa. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, com quem Prates já vem se desentendendo há meses, afirmou que não vê lógica na iniciativa da Petrobras, por fugir da diretriz do governo de fazer investimentos que sobretudo gerem empregos no Brasil.
Há rumores de que o governo deve vetar a ideia de Prates de criar a Petrobras Arábia. Em privado, Silveira também celebrou o fato de o presidente ter desautorizado Prates, enquanto endossou o anúncio do ministro de que o país irá aderir à Opep+, grupo de países que atuam como observadores na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Na coletiva, Lula também defendeu o ingresso do Brasil na Opep+, afirmando que o país tentará “convencer” os países da Opep a usar parte dos petrodólares para investir em energias mais limpas. Ele ressaltou que é participando desses fóruns que o país poderá influenciar as decisões sobre o uso dos recursos obtidos com a venda de petróleo.
Apesar da surpresa e da disputa interna, o presidente Lula deixou claro que a decisão final ainda não foi tomada, causando expectativa sobre os próximos passos da Petrobras e a posição do governo em relação à criação da Petrobras Arábia.