O diálogo sobre a situação venezuelana e a complexa relação com os Estados Unidos deve ser um dos temas centrais nas discussões durante a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia, marcada para o próximo fim de semana, na Colômbia. O aumento da presença militar americana na região, sob o pretexto de operações contra o narcotráfico, acirrou ainda mais os ânimos entre os países envolvidos. Recentemente, o governo de Nicolás Maduro denunciou que tais ações são parte de uma “campanha de agressão” movida por Washington, que busca desestabilizar seu governo.
Além disso, os ataques a embarcações suspeitas, intensificados nas últimas semanas, geraram preocupações sobre potencialidades de crimes internacionais, com especialistas da ONU alertando para a falta de investigações judiciais adequadas. As autoridades venezuelanas argumentam que os EUA utilizam o combate ao narcotráfico como uma justificativa para ações contrárias à soberania nacional.
Lula, em declarações anteriores, reforçou a ideia de que a América Latina deve ser uma zona de paz, sem conflitos ou intervenções externas, reiterando a legalidade constitucional brasileira que proíbe a proliferação de armas nucleares. Ele enfatizou a importância de um diálogo regional construtivo, especialmente em um contexto tão delicado quanto o atual.
Esse cenário revela uma crescente divisão nas relações internacionais e destaca a relevância da diplomacia brasileira em um momento em que o continente enfrenta múltiplos desafios. A posição de Lula pode ser vista como um apelo por um novo modelo de cooperação e solidariedade na América Latina, um esforço para promover a estabilidade em uma região marcada por tensões e disputas geopolíticas.
