Em um discurso em que estava presente durante a entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, Lula defendeu a escolha de Belém como sede da conferência, desafiando críticas relacionadas à infraestrutura da cidade. “Seria mais fácil fazer em São Paulo ou no Rio de Janeiro, que têm mais hotéis e melhor estrutura”, afirmou, acrescentando que a escolha buscou dar visibilidade à região amazônica e suas potencialidades. O presidente ressaltou que, apesar de algumas limitações, a cidade é um símbolo da luta pela preservação ambiental.
Lula também utilizou a ocasião para trazer à tona um debate crucial sobre a responsabilidade dos países desenvolvidos em relação às mudanças climáticas. Ele criticou as promessas não cumpridas de financiamento climático por parte das nações ricas, que em 2009 haviam se comprometido a aportar 100 milhões de dólares, um valor que, segundo Lula, nunca foi efetivado. Isso se agravou com novas promessas que aumentaram para um trilhão de dólares, as quais o presidente considera igualmente inviáveis. “Só que nós temos floresta e não vamos deixar de fazer [os trabalhos] porque temos compromisso”, enfatizou.
O presidente reafirmou seu compromisso de alcançar desmatamento zero na Amazônia Legal até 2030, destacando a importância da preservação das florestas, onde 97% do Amapá é composto por áreas verdes preservadas. Ele criticou a postura de algumas nações, que, após desmatarem suas florestas, exigem que o Brasil mantenha as suas intactas. “Se eles querem que a gente mantenha em pé, eles também têm que saber que embaixo de cada copa de árvore tem um trabalhador, e eles também têm que pagar”, desafiou.
Paralelamente, Lula manifestou seu apoio à realização de pesquisas de exploração de petróleo na Margem Equatorial, argumentando que, embora tenha consciência dos desafios ambientais, não pode ignorar a riqueza potencial da região, que está sendo explorada por países vizinhos como Suriname e Guiana. O presidente se comprometeu a balancear o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental durante seu governo, enquanto se prepara para entregar mais de R$ 4 bilhões em infraestrutura para Belém e anunciou expansões no aeroporto internacional da cidade.