No plenário da Casa, na quarta-feira, a nomeação de Igor Roque foi barrada por senadores, em uma derrota para Lula. O resultado foi de 38 votos contrários e 35 a favor. Surpreendentemente, a quantidade de votantes contrários à indicação de Igor superou o tamanho da oposição, revelando que também membros da base do governo foram contra o nome proposto.
Lula reconheceu que sua ausência na interação com os senadores pode ter contribuído para a rejeição do candidato. Por estar hospitalizado, ele não teve a oportunidade de conversar com ninguém sobre o assunto e nem de avaliar se Igor poderia ser substituído ou não. O ex-presidente lamentou profundamente a situação e afirmou não saber com quantos senadores o indicado conversou e se ele teve diálogo com os líderes do governo.
Entre as razões que levaram à rejeição, Roque sofreu forte pressão da ala conservadora do Senado, que o associou à organização de um seminário sobre o aborto na Defensoria. O nome de Igor foi indicado por Lula em maio, após uma operação que impediu a sabatina do candidato escolhido por Jair Bolsonaro no final da sua gestão e impossibilitou sua aprovação pelo Senado.
O defensor passou por uma sabatina e foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado em julho. No entanto, a indicação só chegou agora ao plenário da Casa, juntamente com outras indicações ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Diante dessa derrota, Lula afirmou que terá que indicar outro nome e que terá mais cautela nas conversas com os votantes. Para ele, não é um problema e considera isso como o exercício pleno da democracia. Ele ressaltou que o Congresso Nacional existe justamente para essas discussões e decisões.
Cabe agora ao PT e ao governo de Jair Bolsonaro encontrarem uma solução para essa indicação, garantindo que a nomeação do novo defensor público da União seja aprovada pelo Senado. O desafio será encontrar um candidato que tenha o apoio necessário para a aprovação e também seja capaz de atender às expectativas do governo e da sociedade.