Lula admite culpa na rejeição de indicado para a DPU devido a problemas de saúde durante seu processo de recuperação.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu nesta sexta-feira que tem “culpa” na rejeição de seu indicado para a Defensoria Pública da União (DPU), Igor Roque. Durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula afirmou que não conseguiu conversar com os senadores devido à sua recuperação das cirurgias que fez no final de setembro.

No plenário da Casa, na quarta-feira, a nomeação de Igor Roque foi barrada por senadores, em uma derrota para Lula. O resultado foi de 38 votos contrários e 35 a favor. Surpreendentemente, a quantidade de votantes contrários à indicação de Igor superou o tamanho da oposição, revelando que também membros da base do governo foram contra o nome proposto.

Lula reconheceu que sua ausência na interação com os senadores pode ter contribuído para a rejeição do candidato. Por estar hospitalizado, ele não teve a oportunidade de conversar com ninguém sobre o assunto e nem de avaliar se Igor poderia ser substituído ou não. O ex-presidente lamentou profundamente a situação e afirmou não saber com quantos senadores o indicado conversou e se ele teve diálogo com os líderes do governo.

Entre as razões que levaram à rejeição, Roque sofreu forte pressão da ala conservadora do Senado, que o associou à organização de um seminário sobre o aborto na Defensoria. O nome de Igor foi indicado por Lula em maio, após uma operação que impediu a sabatina do candidato escolhido por Jair Bolsonaro no final da sua gestão e impossibilitou sua aprovação pelo Senado.

O defensor passou por uma sabatina e foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado em julho. No entanto, a indicação só chegou agora ao plenário da Casa, juntamente com outras indicações ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

Diante dessa derrota, Lula afirmou que terá que indicar outro nome e que terá mais cautela nas conversas com os votantes. Para ele, não é um problema e considera isso como o exercício pleno da democracia. Ele ressaltou que o Congresso Nacional existe justamente para essas discussões e decisões.

Cabe agora ao PT e ao governo de Jair Bolsonaro encontrarem uma solução para essa indicação, garantindo que a nomeação do novo defensor público da União seja aprovada pelo Senado. O desafio será encontrar um candidato que tenha o apoio necessário para a aprovação e também seja capaz de atender às expectativas do governo e da sociedade.

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