Com as ausências de Xi e Putin, Biden desembarcou na capital indiana para projetar as ambições globais dos Estados Unidos, em contraposição a Pequim e Moscou. A principal proposta do presidente americano é prometer até US$ 200 bilhões em novos fundos para enfrentar problemas como a crise climática, segurança alimentar, saúde pública e outras necessidades de infraestrutura em países em desenvolvimento. Isso seria feito através de instituições financeiras internacionais como o Banco Mundial, com um menor investimento dos EUA. Essa iniciativa é uma resposta ao projeto chinês do Cinturão e Rota, que expandiu a influência de Pequim em partes do mundo onde sua influência era limitada.
Além disso, Biden espera obter alinhamento entre os líderes mundiais em questões como a condenação da guerra na Ucrânia e a contenção da crescente atividade da China no Indo-Pacífico. No entanto, essas questões podem não ser facilmente resolvidas em um fórum multilateral com interesses divergentes.
Tanto Xi quanto Putin fizeram questão de diminuir a importância do encontro na Índia. Pequim antecipou que o chefe da delegação do país seria o primeiro-ministro Li Qiang, enquanto Xi se preparava para receber Nicolás Maduro em Pequim. Putin enviou o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, à cúpula. Essas ausências podem ser interpretadas como uma tentativa de diminuir a relevância do G20 e evitar constrangimentos.
Enquanto isso, Modi planejou o evento para mostrar a presença indiana no cenário mundial e constituir uma terceira via entre os Estados Unidos e a China. O premier indiano propôs a inclusão da União Africana como membro permanente do G20 e pediu ajuda financeira e tecnológica dos líderes do grupo na luta contra a mudança climática.
Em resumo, a cúpula do G20 em Nova Délhi está sendo marcada pelas ausências de Xi Jinping e Vladimir Putin, o que permite a Joe Biden reafirmar a liderança dos Estados Unidos e a Narendra Modi promover a presença e os interesses da Índia no cenário mundial. O encontro é importante para discutir as mudanças climáticas, a guerra na Ucrânia e outros problemas globais, mas questões divergentes entre os países participantes podem dificultar a obtenção de soluções rápidas.