Na última quarta-feira (12), o Kremlin e a Casa Branca confirmaram oficialmente que os líderes dos dois países tiveram uma conversa telefônica considerada “produtiva” por ambas as partes. Neste contexto, surgiu o temor de que os Estados Unidos possam transferir para a União Europeia (UE) a responsabilidade financeira pela recuperação da Ucrânia e implantação de tropas como parte de um possível acordo de paz.
De acordo com o Financial Times, mais de meia dúzia de altos funcionários europeus estão nervosos com a possibilidade de Trump decidir unilateralmente sobre o papel da UE nas questões geopolíticas relacionadas à guerra. Um desses funcionários chegou a declarar: “Os americanos nos veem como dinheiro. E, francamente, não fomos claros sobre qual seria o nosso lugar à mesa em troca desse dinheiro”.
Mesmo com a disposição da Alemanha, França, Itália, Espanha, Polônia, Reino Unido e demais autoridades europeias em continuar ajudando a Ucrânia, eles solicitam ser incluídos nas futuras negociações sobre o país. A UE, no entanto, enfrenta dificuldades para encontrar um interlocutor adequado em suas fileiras que possa dialogar efetivamente com Trump.
Segundo Jeremy Shapiro, diretor de pesquisa do Conselho Europeu de Relações Exteriores, a administração do presidente dos EUA demonstra pouco interesse em envolver a Europa nas discussões, atribuindo-lhes apenas o papel de financiadores sem receber qualquer reconhecimento ou participação nas reuniões decisivas. Para a UE, resta agora encontrar maneiras de garantir sua participação e influência nas decisões relacionadas à Ucrânia, diante de um cenário onde seu papel é minimizado e desconsiderado pela Casa Branca.