No entanto, para formar seu Gabinete e seu governo, Milei teve que apelar a partidos tradicionais, inclusive ao próprio peronismo. Seus principais aliados políticos são o ex-presidente Mauricio Macri e a nova ministra da Segurança, Patricia Bullrich. Essas alianças causaram irritação dentro do partido do novo presidente, A Liberdade Avança, mas Milei buscou derrubar as teorias de que já fechou pactos com a casta que prometeu combater.
Durante seu discurso, Milei ressaltou que a Argentina já foi “a luz do Ocidente” e recebeu milhões de imigrantes em busca de progresso, mas lamentou que os dirigentes do país tenham abandonado um modelo liberal que os tornou ricos, abraçando ideias que levaram à pobreza e à miséria. Ele enfatizou que o país vivenciou décadas de fracassos e brigas sem sentido e prometeu implementar uma política de choque e um forte ajuste fiscal para enfrentar a herança econômica pesada que receberá de seu antecessor, Alberto Fernández.
Milei fez uma radiografia detalhada do que chamou de “bombas” deixadas pelos governos anteriores, e ressaltou a necessidade de atacar o déficit fiscal. Ele afirmou que o Banco Central deixará de emitir pesos para financiar o Tesouro nacional, mas alertou que o país terá inflação alta nos próximos 18 a 24 meses. O presidente eleito também acusou o governo de Fernández e Cristina Kirchner de terem “deixado plantada uma hiperinflação” e enfatizou que a situação em matéria de segurança, saúde e educação é grave.
Durante seu discurso, os seguidores de Milei gritaram “serra elétrica”, um dos símbolos de sua campanha eleitoral, e “liberdade”. Ele enfatizou que a máxima prioridade de seu governo é evitar uma catástrofe, e alertou que, se as medidas de ajuste não forem adotadas, a Argentina poderia ter uma inflação anual de 15.000% em pouco tempo.
Em resumo, o novo presidente argentino, Javier Milei, fez um discurso forte e impactante, onde enfatizou a necessidade de reconstruir o país após décadas de fracassos políticos e econômicos. Ele prometeu implementar medidas de choque para enfrentar a herança econômica pesada deixada por seus antecessores e buscar soluções para a grave situação em matéria de segurança, saúde e educação.