Roni Krivoy, técnico de som de 25 anos, estava trabalhando no festival perto do kibutz Re’im, no dia 7 de outubro, quando foi capturado pelo Hamas durante a invasão do local, cenário do maior massacre daquele dia — segundo relatório divulgado no dia 18, 360 pessoas foram mortas, quase um terço de todas as 1,2 mil vítimas dos ataques.
Krivoy, que também é cidadão de Israel, morava em Carmiel, no Norte do país, e seu sequestro causou comoção dentro da comunidade local — seus pais e irmãos participaram de atos pedindo seu retorno imediato. Após um acordo para a libertação inicial de 50 reféns, iniciada na sexta-feira, apenas mulheres e crianças deixariam a Faixa de Gaza neste momento, o que não trouxe alívio imediato à família de Krivoy.
No entanto, surgiu algum sinal de esperança na sexta, quando dez tailandeses e um filipino libertados não faziam parte da lista de 13 reféns soltos por dia, sugerindo que o grupo estava disposto a deixar pessoas com outras nacionalidades, além da israelense, voltarem para casa. Neste domingo, o nome de Roni surgiu no terceiro grupo, ao lado de 13 israelenses e 3 tailandeses, em ação que o Hamas creditou à atuação do governo da Rússia.
O presidente russo Vladimir Putin teria trabalhado diretamente para a libertação de Krivoy, em reconhecimento pelo apoio da Rússia à causa palestina. Uma publicação do Hamas em seu canal no Telegram afirma que o líder russo atuou em prol da libertação do cidadão russo, que foi o primeiro homem adulto a ser libertado desde o início da guerra, no dia 7 de outubro. E estima-se que haja mais um refém russo em poder do Hamas.
A porta-voz da Chancelaria russa, Maria Zakharova, também afirmou que a libertação foi resultado do trabalho da diplomacia do país. Evidenciando a relação entre Rússia e Hamas que vem desde antes dos ataques de outubro, com Moscou mantendo boas relações com o grupo desde 2006, Putin e o Hamas estreitaram os laços, sobretudo após o início da guerra na Ucrânia, em 2022, que teve impacto nas relações entre Rússia e Israel.
Com a relação entre Putin e o Hamas se fortalecendo e as acusações de que armas capturadas em território ucraniano estariam sendo fornecidas para o grupo palestino, a tensão entre Rússia, Ucrânia, Israel, e EUA alcançou patamares alarmantes. A visita de representantes do Hamas a Moscou foi duramente criticada pelas autoridades israelenses e americanas, indicando uma crescente divisão geopolítica no Oriente Médio.