Amanda relata sensações de desespero e incerteza amargas ao longo de sua tentativa de escapar do conflito. Com um filho de 14 anos e memórias vívidas da Guerra do Líbano de 2006, a necessidade de agir rapidamente tornou-se clara. Ela decidiu deixar o país com urgência, optando por Dubai como destino, a fim de proteger seu filho das experiências traumáticas que havia vivenciado na infância. “Infelizmente, por ter esse trauma de guerra, eu não quero passar por isso de novo”, expressa Amanda, refletindo sobre sua decisão.
O caminho até o aeroporto foi marcado pelo medo constante de ser atingida por um bombardeio. A transformação de Beirute em uma cidade desolada, repleta de famílias desabrigadas, só intensificou seus temores. A proximidade do perigo se tornou quase palpável quando, poucos minutos após passar por um viaduto, soube que o local havia sido atingido por um míssil, interrompendo a passagem.
A travessia em direção à segurança se complicou ainda mais pela incerteza: não havia garantias de que os planos do governo brasileiro de organizar a repatriação de cidadãos estivessem se concretizando rapidamente. “Senti que ia demorar, e não podia esperar”, desabafa. Os voos tornaram-se escassos e os preços disparam, acrescentando mais um obstáculo à sua fuga. A esperança de que a situação melhorasse foi se dissipando à medida que os conflitos se intensificavam, deixando Amanda em um estado de ansiedade constante.
Com um cenário caótico e a própria vida em jogo, ela questiona quando a escalada de violência terá fim. Para Amanda, a situação não parece próxima de ser resolvida. “Infelizmente, o Líbano deseja um cessar-fogo, mas Israel não”, lamenta, sentindo a dor pessoal de ver seu país transformado em um campo de batalha. Essa perspectiva de um futuro incerto deixa uma marca profunda não apenas em Amanda, mas em todos aqueles que agora testemunham a devastação e a perda de lares e esperanças em Beirute.