O foco principal da colaboração entre Brasil e Itália é a troca de informações estratégicas que possibilitem um enfrentamento mais eficaz das organizações criminosas atuantes de forma transnacional. Durante o evento, Lewandowski destacou a urgência de estabelecer uma comunicação constante e não restrita a intercâmbios pontuais, mencionando que “ao invés de termos uma cooperação caso a caso, nós vamos ter uma interlocução permanente”, o que poderá incluir o uso de plataformas eletrônicas para otimizar esse fluxo de informações.
Uma parte significativa da discussão girou em torno da notoriedade do PCC (Primeiro Comando da Capital), uma das principais facções criminosas do Brasil, que segundo recentes relatórios de segurança, já conta com cerca de mil integrantes operando em Portugal, especialmente na região da grande Lisboa. Esse dado alarmante foi corroborado por um relatório do Serviço de Informação de Segurança português, que levantou a hipótese de que a atuação do PCC poderia estar buscando estabelecer ligações com a máfia italiana.
Durante as negociações, Lewandowski também reconheceu a singularidade das estruturas criminosas do Brasil e da Itália. Ele mencionou que as autoridades italianas estão interessadas em aprender sobre o modus operandi das facções brasileiras. Essa troca de inteligência se apresenta como uma via de mão dupla, onde ambos os países podem compartilhar experiências e estratégias de combate ao crime organizado.
Esses acordos são cruciais em um mundo cada vez mais interconectado, onde as redes criminosas não respeitam fronteiras. Assim, a colaboração internacional se torna uma ferramenta fundamental para o fortalecimento das ações de segurança pública e para a desarticulação de organizações criminosas que operam em escala global. A expectativa é que com o avanço dessa parceria, as operações conjuntas não apenas previnam a expansão das facções brasileiras na Europa, mas também contribuam para um combate mais efetivo ao crime transnacional.