O campo de Mero foi vendido por R$ 7,79 bilhões, resultando em um ágio de 1,9%, enquanto o campo de Atapu foi arrematado por R$ 1 bilhão, com um ágio de 16%. Por outro lado, o campo de Tupi, um dos mais produtivos do país, não recebeu nenhuma proposta, o que é um sinal preocupante sobre o interesse do mercado no pré-sal.
Luiz Fernando Paroli, presidente da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), afirmou que a decisão de fixar preços mínimos altos pode ter desestimulado a concorrência, refletindo a complexidade do processo de licitação. Apesar das preocupações, Paroli classificou o leilão como um “grande sucesso”.
Executivos das empresas envolvidas celebraram os resultados, destacando a continuidade da parceria entre a Petrobras e a Shell. Bruno Moczydlower, da Petrobras, comentou que a participação da empresa é parte de uma estratégia maior de reposição de reservas com risco calculado. Já Flávio Ofugi Rodrigues, vice-presidente da Shell, reforçou a importância da parceria com o governo brasileiro.
Entretanto, nos bastidores, o leilão gerou inquietação. O Tribunal de Contas da União (TCU) havia autorizado a realização do leilão apenas um dia antes, mas apontou diversas falhas de governança, criticando a falta de uma análise sólida que justificasse a antecipação de receitas dessa natureza. O ministro Bruno Dantas esclareceu que a urgência fiscal foi o fator determinante para a realização do leilão, mas o tribunal escolheu não suspendê-lo a fim de evitar efeitos negativos no mercado.
A Fazenda e o Ministério de Minas e Energia foram aconselhados a aprimorar os estudos e as previsões orçamentárias, com o objetivo de evitar a dependência de receitas incertas no futuro. A situação levantou questões sobre a sustentabilidade das políticas de exploração no setor de petróleo e gás, especialmente em um contexto de crescente complexidade e volatilidade do mercado global.









