Lavrov enfatizou a necessidade de todos os países, especialmente as nações ocidentais, respeitarem e observarem a Carta das Nações Unidas. Ele destacou que a observância das normas internacionais deve ser uma prioridade, independentemente das tensões políticas existentes. O ministro também mencionou a importância de monitorar de perto as ações do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, levando em conta as suas promessas de campanha, que incluem a reafirmação do papel dos EUA no cenário global.
Um dos principais pontos abordados por Lavrov foi a reforma necessária na estrutura do Conselho de Segurança da ONU. O ministro argumentou que Brasil, Índia e diversas nações africanas já merecem sua inclusão como membros permanentes do conselho. Para ele, esses países possuem economias robustas e uma voz independente em relação às grandes potências, enquanto nações como Japão e Alemanha, que muitas vezes se alinham com a política dos Estados Unidos, não deveriam ocupar esses assentos de influência.
Lavrov também abordou a validade do sistema de relações internacionais estabelecido após a Segunda Guerra Mundial, os acordos de Yalta e Potsdam, afirmando que as dinâmicas globais mudaram significativamente desde então. Ele reiterou a necessidade de adaptar as instituições internacionais às novas realidades políticas e econômicas, refletindo um mundo mais multipolar e diversificado. Essa visão sugere um descontentamento com a atual ordem mundial, que ele considera não estar mais em sintonia com a atual configuração geopolítica.
A coletiva, portanto, não apenas expôs as visões de Lavrov sobre a política externa russa, mas também deixou claro um chamado à ação para a reestruturação das instituições internacionais a fim de melhor refletir as mudanças globais. Essa postura sugere um movimento em direção a um mundo onde as vozes de economias emergentes, como as do sul global, sejam valorizadas em fóruns decisórios fundamentais.