Durante seu discurso, Lavrov argumentou que as ações militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em países como Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria contribuíram para o aumento do terrorismo global. Ele destacou a necessidade urgente de que a comunidade internacional reconheça a gravidade da situação, afirmando que o Ocidente habitualmente categoriza os terroristas de acordo com seus interesses, criando distinções entre “os próprios” e “os estranhos”.
Lavrov também apontou que essa mentalidade seletiva tem levado a uma série de ataques terroristas, incluindo os incidentes nos gasodutos Nord Stream, que refletem a fragilidade da segurança europeia diante das tensões geopolíticas atuais. Ele expressou a preocupação de que essa situação possa se agravar se não forem tomadas medidas adequadas para controlar o fornecimento de armamentos.
Além disso, o chanceler russo instou os países membros do G20 a se posicionarem contra a glorificação de ideais extremistas, como o nazismo e o racismo, enfatizando que este ano marca o 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial. Lavrov acredita que é fundamental promover uma agenda de justiça e verdade, particularmente em um momento em que as crises internacionais dominam a agenda global.
Por fim, ele sublinhou que a segurança de qualquer nação não pode ser garantida à custa das outras, e defendeu que a busca por soluções para a crise na Ucrânia deve abordar suas causas profundas, respeitando direitos humanos e garantindo a indivisibilidade da segurança na Europa. Essa postura ressalta a complexidade das relações internacionais atuais, onde as decisões tomadas por uma parcela da comunidade global podem ter consequências de longo alcance, afetando não apenas as regiões em conflito, mas a estabilidade e a segurança mundial.