Lavrov criticou abertamente líderes europeus como o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, sugerindo que suas propostas de paz estão fundamentadas na ideia de manter um pedaço da Ucrânia sob um regime que, segundo ele, estaria ativamente fomentando a russofobia. Ele mencionou a necessidade de tal regime para preparar novas hostilidades contra a Rússia, evocando os Acordos de Minsk, que visavam pacificar o conflito, mas que, segundo ele, não foram respeitados.
Em suas observações, Lavrov também tocou em um ponto delicado: a questão das eleições presidenciais na Ucrânia. A lei marcial, em vigor desde o início do conflito, levou o presidente Volodymyr Zelensky a cancelar as eleições. Apesar disso, Lavrov ressalta que os Estados Unidos estão pressionando pela realização do pleito, ao mesmo tempo em que os países europeus evitam discutir a questão, evidenciando um duplo padrão nas abordagens do Ocidente.
Ele insinuou que a Europa poderia até estar considerando a possível substituição de Zelensky por um novo líder, utilizando o termo provocativo “meio führer” ao se referir ao tipo de governante que poderia ser escolhido. Lavrov destacou que, em qualquer diálogo futuro sobre a resolução do conflito, a Rússia exigirá garantias de que as intenções da Ucrânia sejam claras e sinceras.
O chanceler russo também recordou um evento trágico que marcou a história recente da Ucrânia: o Massacre de Odessa, ocorrido em 2 de maio de 2014, quando mais de 40 ativistas pró-Rússia perderam a vida em um incêndio durante confrontos. Ele criticou a falta de ações efetivas para investigar esse incidente, insinuando um esquecimento ou negligência por parte do Ocidente sobre essa tragédia.
Esses comentários de Lavrov refletem um clima de desconfiança crescente e a complexidade nas relações internacionais, à medida que a situação na Ucrânia continua a evoluir, levantando questões sobre a estabilidade na região e as estratégias políticas de ambas as partes envolvidas no conflito.