Segundo Lidiane Ferraz, secretária executiva da Cidadania da Secretaria de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef), esse aumento numérico, embora alarmante à primeira vista, demonstra um avanço em termos de conscientização social e eficácia das campanhas de mobilização, como o Maio Laranja e o Junho Violeta. Essas campanhas têm desempenhado um papel crucial na capacitação da população em relação aos seus direitos e encorajado a denúncia de abusos.
No detalhamento das ocorrências, observou-se que as crianças e adolescentes somaram 22.543 vítimas, idosos responderam por 8.882 casos e pessoas com deficiência por 5.724. Apesar do crescimento no número de denúncias, especialistas ressaltam que isso não necessariamente indica uma elevação no número real de incidentes, mas sim uma melhoria na capacidade das vítimas em identificar e relatar esses abusos. Destaca-se, ainda, uma mudança no perfil demográfico dos agressores. Em 2024, houve um aumento de 28,8% no número de denúncias contra mulheres, que agora representam o grupo mais proeminente de suspeitos.
Em Alagoas, os cidadãos são encorajados a utilizar o Disque 100 para relatar violações, uma plataforma que expandiu sua acessibilidade, permitindo denúncias via WhatsApp, Telegram e chamadas em Língua Brasileira de Sinais (Libras). Denúncias físicas também podem ser realizadas através de delegacias, Centros de Direitos e Conselhos Estaduais e Municipais, além do Disque Denúncia 181. Essa multiplicidade de canais de comunicação visa atender a uma maior gama de necessidades e garantir que todas as vozes possam ser ouvidas e protegidas.