Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, essa estratégia de Marçal pode ter dois lados. Por um lado, a divulgação do laudo falso gerou um fato novo na campanha, tirando o foco de Ricardo Nunes (MDB) – outro candidato na disputa – e destacando a presença de Marçal no cenário eleitoral. Por outro lado, essa tática arriscada pode afastar eleitores indecisos e moderados, prejudicando as chances de Marçal de avançar para o segundo turno.
O cientista político Antonio Lavareda analisou a situação e apontou que a divulgação do documento falso foi uma estratégia planejada para impedir o crescimento de Boulos, que contava com o apoio do ex-presidente Lula em sua campanha. Além disso, Lavareda destacou que a rapidez da Justiça Eleitoral em agir contra a divulgação falsa pode neutralizar os impactos negativos na candidatura de Boulos.
Outro especialista, Vinicius Alves, diretor do Instituto Ipespe, avaliou que a estratégia de Marçal pode isolar outros candidatos, como Nunes, mas também pode afastar eleitores que veem essa ação como um ato de desespero. Essa situação coloca em risco a tentativa de Marçal de adotar um tom mais moderado e recuperar seu desempenho eleitoral nas pesquisas de intenção de voto.
O episódio também levantou questionamentos sobre a credibilidade de Marçal junto a eleitores indecisos, bolsonaristas e evangélicos, públicos essenciais para sua possível ida ao segundo turno. O analista Marc Tawil destacou que, apesar do impacto imediato na mídia e nas redes sociais, um eventual crime cometido por Marçal pode afastar importantes apoios políticos do candidato.
Diante desse cenário, a divulgação do laudo falso por Marçal certamente terá reflexos na reta final da campanha eleitoral em São Paulo, podendo alterar o jogo e influenciar o resultado das eleições municipais. As próximas horas serão decisivas para avaliar os desdobramentos desse episódio e seu impacto no eleitorado paulistano.