Segundo o documento, apenas 27,5% dos adolescentes de 12 a 17 anos afirmam sempre receber apoio social e emocional de seus pais. Por outro lado, a grande maioria dos pais (76,9%) acredita que estão proporcionando todo o suporte necessário aos filhos. Essa discrepância levanta a questão de os pais subestimarem a real necessidade de apoio social e emocional dos adolescentes.
A pesquisa, baseada em dados da Pesquisa Nacional de Entrevistas de Saúde – Adolescentes, destaca que 58,5% dos jovens afirmam receber sempre ou geralmente o apoio de que precisam, enquanto 21,6% relatam recebê-lo às vezes e 19,9% raramente ou nunca. Por outro lado, 93% dos pais acreditam que seus filhos sempre ou geralmente recebem o suporte necessário, enquanto apenas 2,9% pensam o contrário.
A discrepância de percepção entre pais e filhos pode acarretar diversas consequências, como um possível aumento do risco de problemas de saúde entre os adolescentes. O psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que a falta de apoio social e emocional pode impactar negativamente a relação familiar e resultar em diversos problemas para os jovens.
Dentre as possíveis consequências apontadas no estudo estão problemas de autoestima, insegurança, dificuldades de relacionamento, insucesso acadêmico e até mesmo transtornos mentais e comportamentos de risco. Kanomata ressalta a importância de os pais se atentarem à comunicação com os filhos, especialmente durante a fase de desenvolvimento emocional e psicológico da adolescência.
Em casos de sinais de sofrimento intenso e prolongado, alterações de humor significativas, isolamento, pensamentos suicidas ou uso de substâncias, é fundamental buscar ajuda profissional. O apoio social e emocional na adolescência pode impactar significativamente o desenvolvimento dos jovens, sendo essencial para o seu bem-estar. A pesquisa destaca a importância de reflexões e possíveis mudanças, incluindo políticas públicas voltadas para a saúde mental e a educação.