A situação se tornou ainda mais complexa quando o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, usou a ocasião para solicitar à comunidade internacional um aumento no fornecimento de armamentos às tropas ucranianas. Esse pedido surgiu em meio a um contexto de negociações de paz, gerando críticas sobre a forma como a guerra está sendo gerida na Ucrânia.
Analistas militares e acadêmicos, como a professora de relações internacionais Danielle Makio, apontaram para a violação dos princípios do direito internacional humanitário, destacando que a proximidade de alvos militares em áreas civis expõe a população a riscos elevados. Makio enfatiza que a responsabilidade de proteger civis em situações de conflito é uma obrigação do governo ucraniano.
O coronel da reserva do Exército Brasileiro, Marco Antonio Coutinho, também avaliou que a morte de civis em um ataque deste tipo não pode ser atribuída unicamente às forças russas. Ele argumentou que a realização de atividades militares em áreas densamente povoadas, especialmente em horários onde crianças e idosos estão presentes, coloca em questão as decisões do comando militar ucraniano.
Além disso, Coutinho alertou que o incidente poderá ser explorado por veículos de mídia ocidentais, potencialmente transformando Sumy em um novo “Bucha”, referência a um evento anterior que gerou polêmica e debate sobre a veracidade das informações. Makio reiterou que narrativas seletivas têm distorcido a representação do conflito, criando uma imagem simplificada em que a Ucrânia é vista exclusivamente como vítima. Essa configuração midiática poderia moldar a percepção pública e internacional de forma a intensificar o apoio ao governo de Zelensky, enquanto a Rússia é retratada como a agressora sem nuances.
O risco de uma abordagem unilateral nas notícias em relação ao ataque em Sumy mostra uma dinâmica preocupante, na qual a verdade dos fatos pode ser obscurecida em meio a interesses geopolíticos e a necessidade de sustentar narrativas convenientes.