De acordo com as investigações, a Bosch estava realizando pagamentos de suborno a médicos peritos com o intuito de obter vantagens na emissão de laudos em ações trabalhistas envolvendo seus funcionários. A empresa, sediada em Campinas, interior de São Paulo, foi alvo de um pedido inicial do MPT de mais de R$ 60 milhões em indenizações, sendo R$ 43 milhões destinados a ações coletivas. O esquema ilegal envolvia um gerente jurídico trabalhista da Bosch e um intermediário, os quais pagavam valores sob a rubrica de “estudos bibliográficos” entre os anos de 2010 e 2014. A denúncia só foi feita três anos depois.
Após a substituição do executivo responsável, a empresa cessou os repasses ilegais, o que levou a juíza do trabalho Taisa Magalhães de Oliveira Santana Mendes a considerar este fato em sua sentença. As indenizações coletivas foram reduzidas para R$ 100 mil, enquanto as individuais, que inicialmente eram requeridas em R$ 300 mil para 86 trabalhadores, foram fixadas em R$ 30 mil para 27 casos e R$ 15 mil para 59 funcionários afetados pelo esquema corrupto.
O MPT enfatizou que os envolvidos no caso podem responder pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro, com penas que variam de 1 a 12 anos de prisão para cada crime. Médicos peritos de cidades como Americana, Campinas e Sorocaba já foram condenados, e a operação ainda envolve outras empresas que se beneficiaram da corrupção. A Bosch informou que pretende recorrer da decisão de primeira instância e reforçou seu compromisso com a legalidade e as diretrizes corporativas de conduta nos negócios.