O conselho de sentença do tribunal reconheceu, por maioria, a materialidade e autoria do crime, mas optou por absolver o sargento da PMDF. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) confirmou que pretende recorrer da decisão de primeira instância.
A irmã de Gustavo, Yandra Rafaela Marques, expressou sua indignação com a decisão, afirmando que o julgamento não foi justo e que a família não teve a oportunidade de acompanhar adequadamente o processo. Segundo ela, amigos e parentes do adolescente não puderam entrar no fórum para assistir à audiência, e a família só teve permissão para entrar no final, quando a sentença estava para ser anunciada e o policial foi absolvido.
Yandra também ressaltou que o policial não precisou permanecer sentado na cadeira dos réus durante a oitiva das testemunhas, o que, segundo ela, foi uma situação extremamente dolorosa para a família. O advogado de defesa do policial, Júlio Cesar de Souza Lima, afirmou que o réu tem o direito de participar do julgamento e ouvir ou não os testemunhos. Ele acrescentou que Edimilson Júnior estava muito nervoso durante a sessão e precisou ser atendido pela equipe médica do tribunal.
O caso em questão ocorreu quando Gustavo Henrique Soares Gomes, que estava na garupa de uma moto, foi atingido pelos tiros disparados pelo sargento da PMDF. Segundo a defesa do policial, a ação que motivou os disparos foi provocada pelo condutor da moto e pela própria vítima. Os advogados se basearam nessa versão para pedir que o caso fosse tratado como lesão corporal seguida de morte ou homicídio culposo.
A Polícia Militar não se pronunciou sobre a situação funcional de Edimilson Dias Ferreira Júnior e sobre os possíveis efeitos de sua absolvição. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado distrital Fábio Felix (PSOL), manifestou seu apoio à família de Gustavo Henrique, ressaltando a dor e a indignação com a decisão do júri.
Diante do desejo do Ministério Público de recorrer da decisão, a análise aprofundada do caso deverá ter continuidade nos próximos meses. A família de Gustavo Henrique Soares Gomes aguarda ansiosamente para que a justiça seja feita e o recurso possa resultar em uma nova sentença.
