Na primeira audiência, realizada em março, o colegiado já havia alcançado uma maioria voltada para a condenação de Zambelli, com pena estipulada em cinco anos e três meses, a ser cumprida em regime semiaberto. Seis ministros, incluindo o relator Gilmar Mendes, votaram pela condenação, e Mendes também sugeriu a perda do mandato da deputada em decorrência da condenação criminal.
O julgamento está ocorrendo em plenário virtual, e os demais ministros têm até as 23h59 da sexta-feira (22) para registrarem seus votos. A expectativa gira em torno das decisões dos ministros Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Luiz Fux e Edson Fachin.
O caso em questão remete a um episódio que ocorria em São Paulo, em que Zambelli ameaçou o jornalista Luan Araújo ao sacar uma arma em via pública. A situação se desenrolou em meio a trocas de provocações durante um evento político. O relato da ocorrência revela que a deputada perseguiu Araújo até uma lanchonete, onde o indivíduo tentou se proteger. No seu voto, Gilmar Mendes sublinhou que a resposta armada a ofensas não tem base no Estado Democrático de Direito. Mendes citou que o ato da parlamentar de entrar em um estabelecimento comercial com a arma, apontando para Araújo e exigindo que ele se deitasse no chão, constituiu uma forma de constrangimento, forçando a vítima a agir contra sua própria vontade.
Além dessa questão, a condenação poderá se somar a um outro histórico legal da parlamentar, uma vez que Zambelli já havia sido condenada a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após a sentença, a deputada deixou o país, fugindo para a Itália, onde foi presa após ser incluída na lista de difusão vermelha da Interpol. Em julho, autoridades italianas localizaram Zambelli, que enfrentará um processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro. A análise do pedido de extradição está sob a alçada da Justiça italiana, e não há prazo definido para uma decisão final.