O placar contra o afastamento de Moraes e Dino foi de 9 votos a 1, sendo o único voto contrário proferido pelo ministro André Mendonça. Mendonça alegou que Moraes não poderia continuar na relatoria da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por ser considerado vítima de uma suposta tentativa de assassinato relacionada ao plano golpista. Já em relação a Dino, Mendonça argumentou que o ministro havia ingressado com uma ação contra Bolsonaro antes de chegar ao STF, o que poderia prejudicar sua imparcialidade no julgamento.
Mendonça se manifestou a favor da permanência de Cristiano Zanin no caso, considerando que o fato de o ministro ter atuado como advogado da campanha do ex-presidente Lula da Silva não compromete sua imparcialidade para julgar a causa. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, já havia negado anteriormente os pedidos da defesa de Bolsonaro para declarar impedidos os ministros Zanin e Dino, e os advogados do ex-presidente recorreram da decisão, levando o caso para análise do plenário do tribunal.
A denúncia contra Bolsonaro, Braga Netto e outros seis acusados do núcleo 1 da trama golpista será julgada pela Primeira Turma do STF no dia 25 deste mês. Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, os acusados se tornarão réus e responderão a uma ação penal no STF. A Primeira Turma é composta por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux, e caberá a este colegiado julgar o caso devido ao fato de que o relator faz parte da turma.