Atualmente, o julgamento se apresenta com um placar de 2 a 1 contra Torres, com os votos favoráveis à condenação já proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Durante as investigações, foi encontrada na residência de Torres um documento apelidado de “minuta do golpe”, o que adicionou um peso considerável às acusações. No entanto, Fux sustentou que o réu não teve ligações diretas com os planos golpistas e que faltam evidências que demonstrem a sua adesão a tais atividades.
O ex-ministro também enfrentou críticas pelo fato de ter se ausentado do Distrito Federal durante os ataques de 8 de janeiro, quando ocupava o cargo de secretário de Segurança. Na visão de Fux, Torres havia comunicado previamente ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, acerca de suas férias nos Estados Unidos. O ministro ainda argumentou que a responsabilidade pela segurança era atribuída ao comando da Polícia Militar, não ao então secretário.
Além disso, Fux refutou as acusações de que Torres teria agido para direcionar operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com o objetivo de impedir deslocamentos de eleitores de Lula durante o segundo turno das eleições de 2022, afirmando que não existiam provas concretas que corroborassem essa tese.
Ao longo da sessão, que já se prolonga por 12 horas, o ambiente na Corte permanece tenso, com a expectativa de um desfecho que poderá impactar não apenas os réus, mas também o futuro político do Brasil. Entre os acusados, destacam-se figuras proeminentes, como Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, e outros altos oficiais, como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno. A continuidade deste julgamento promete revelar mais detalhes sobre os eventos que marcaram um período conturbado na política nacional.