Braga Netto é uma figura central no que é considerado o núcleo 1 da tentativa golpista, que envolve também outras personalidades políticas, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Augusto Heleno. A decisão de Moraes se baseou em parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que enfatizou a necessidade de manter a prisão do general para garantir a continuidade adequada da ação penal.
O ministro destacou que a libertação de Braga Netto poderia prejudicar o progresso das investigações, que estão em fase decisiva. Em um depoimento recente, o ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, revelou ter sofrido ameaças direcionadas a sua família, afirmando que Braga Netto havia orientado membros das forças armadas a pressioná-lo devido à sua oposição ao plano golpista. Esta testemunha relatou que se sentiu compelida a encerrar suas contas em redes sociais por conta da intensa pressão exercida pelos militares apoiadores do golpe.
Além disso, a investigação da Polícia Federal apontou que o general tentou coletar informações confidenciais relacionadas a uma delação feita por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Esta tentativa de interferência é vista como um indício do papel ativo de Braga Netto na articulação do plano golpista.
A defesa do general, por sua vez, refutou as alegações de obstrução das investigações, sustentando que as ações de Braga Netto não tiveram o intuito de prejudicar as apurações. Com a decisão de Moraes, o cenário político e jurídico para o general permanece tenso, à medida que as investigações continuam a revelar novas evidências sobre a trama que abalou a democracia brasileira.