A declaração de Dino ocorre em um contexto tenso, marcado por constantes ataques e tentativas de deslegitimar o trabalho do STF, especialmente por parte de Bolsonaro e seus apoiadores. O ministro enfatizou que a Corte atua em conformidade com seus deveres constitucionais e que não permitirá ser intimidada por ameaças ou sanções. Para ele, não há espaço para uma narrativa que sugira que os ministros do Supremo buscam vingança por conta de ataques pessoais. “O Supremo não é composto por juízes que se comportam como ditadores; nossa tradição é a da legalidade e da justiça”, completou Dino.
O julgamento, que já conta com um placar de 2 a 0 em favor da condenação, será retomado nesta quarta-feira e deve contar com os votos de outros três ministros: Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Além de Bolsonaro, os réus incluem figuras de destaque do antigo governo, como o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e ex-ministros, como Anderson Torres e Augusto Heleno.
A posição assertiva de Flávio Dino e a resposta da Corte ao tweet da embaixada mostram um comprometimento com a independência do judiciário brasileiro, em meio a um cenário de crescente polarização política. Essa postura é fundamental para garantir a continuidade do funcionamento democrático na nação, mesmo quando confrontada com influências externas e internas.
O Supremo mantém sua trajetória, pautada pela legalidade, com a expectativa de que seus próximos votos solidifiquem não apenas a ordem constitucional, mas também a confiança da sociedade nas instituições.