Alegrando-se em combater rumores de isolamento, Mendes afirmou que suas ideias são compartilhadas por outros magistrados, ressaltando que a ação decisiva de Moraes foi essencial para evitar um cenário de colapso institucional. O decano ficou evidente ao declarar que a situação delicada é caracterizada por acusações graves sobre uma alegada conspiração golpista, que incluía planos para o sequestro e assassinato de figuras importantes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e Moraes.
A essência do debate gira em torno da gravidade das denúncias e dos pressupostos legais que orientaram a prisão domiciliar de Bolsonaro, imposta na noite da última segunda-feira. Na ocasião, foram apreendidos celulares do ex-presidente, numa resposta a violações de medidas cautelares anteriores, como a proibição de uso das redes sociais. Moraes criticou a postura de Bolsonaro, que, segundo o ministro, demonstrou desrespeito pelas determinações do STF, afirmando que a Justiça não permitirá que ninguém se considere acima da lei, independentemente de seu poder político ou econômico.
A defesa de Bolsonaro manifestou seu descontentamento com a decretação da prisão, alegando ter sido “surpreendida” pela decisão e preparando um recurso que será julgado pela Primeira Turma do STF. Este colegiado é composto por cinco ministros, incluindo Moraes, e será responsável por analisar a legalidade da medida. Em um contexto mais amplo, o governo dos Estados Unidos anunciou sanções contra Moraes e outros magistrados do STF, enquanto o ex-presidente Donald Trump impôs tarifas elevadas a produtos importados do Brasil, identificando uma suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
A situação permanece tensa e em constante evolução, refletindo não apenas as complexidades do sistema judiciário brasileiro, mas também a repercussão internacional das decisões tomadas pela Suprema Corte em relação a figuras políticas proeminentes.