Este julgamento marca um momento crucial na análise das tentativas golpistas que ocorreram após a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva. Fux, ao apresentar seu voto, destacou que, embora Cid colabore com as investigações como delator, seu envolvimento não se restringiu a funções meramente auxiliares. O ministro apontou que ele trocou mensagens com membros das Forças Armadas e participou de uma reunião em 2022 na residência do general Braga Netto. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), essa reunião foi relevante para o suposto financiamento de ações golpistas.
Durante sua argumentação, Fux enfatizou que muitos dos que desejavam influenciar o então presidente Bolsonaro a adotar medidas concretas para a desestabilização do Estado Democrático de Direito o faziam através de Cid. Essa dinâmica revela um elo significativo entre o ex-ajudante e as propostas que ameaçaram a democracia brasileira.
Embora tenha votado pela condenação de Cid, Fux decidiu absolvê-lo das acusações relacionadas ao golpe de Estado e à destruição de patrimônio decorrente dos atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, o que inclui a invasão e depredação de prédios públicos em Brasília.
O ministro ainda não divulgou a pena que Cid deve enfrentar, uma decisão que será tomada após a conclusão dos votos dos outros ministros envolvidos no julgamento. Em caso de condenação, as penas podem ser severas, podendo alcançar até 30 anos de prisão em regime fechado.
Atualmente, o julgamento também abrange outros réus, evidenciando a amplitude do processo e a gravidade das acusações. Entre os nomes destacados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, altos comandantes militares e ministros da segurança, ressaltando um contexto político em que a legalidade e a ordem democrática estão sob escrutínio rigoroso. O desfecho deste caso não só impactará os réus, mas pode moldar o futuro da governança e da estabilidade institucional no Brasil.