JUSTIÇA – STF conclui depoimentos em processo contra Jair Bolsonaro e sete réus por envolvimento em tentativa de golpe de Estado após eleições de 2022.

Na última segunda-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou o encerramento da fase de depoimentos de testemunhas de acusação e defesa do núcleo 1 da investigação sobre a suposta trama golpista. Este grupo é composto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus, todos envolvidos nas investigações que se aprofundaram após os eventos de 8 de janeiro, quando ocorreram atos de vandalismo e tentativa de desestabilização do governo democrático.

Os depoimentos tiveram início no dia 19 de maio e se estenderam por várias semanas, culminando na oitiva de 52 testemunhas indicadas tanto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto pelas defesas dos acusados. O último a ser ouvido foi o senador Rogério Marinho (PL-RN), que apresentou uma defesa enfática em favor de Bolsonaro e do general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

Durante seu depoimento,Marinho refutou insinuações de que Bolsonaro e Braga Netto teriam considerado tomar medidas que comprometessem a ordem institucional após o resultado das eleições de 2022. Ele também afirmou não ter conhecimento de ligações entre o ex-presidente e os atos golpistas. Relembrou que, durante o período de transição para o governo de Lula, Bolsonaro demonstrava uma preocupação de que não houvesse bloqueios que pudessem prejudicar a economia e a transição do governo.

“Ele estava triste por ter perdido o pleito, mas tinha consciência da responsabilidade sobre a transição”, destacou o senador. Essa preocupação, segundo ele, refletia o desejo de manter um relacionamento saudável com a nova administração.

Com a conclusão da fase de testemunhos, o próximo passo do processo judicial será o interrogatório de Bolsonaro e dos demais réus, agendado para a próxima segunda-feira (9). Há uma expectativa crescente sobre a possível condenação, cujas penas podem ultrapassar 30 anos de detenção, considerando os crimes pelos quais eles respondem, como organização criminosa, tentativa de desestabilização do Estado democrático de Direito, entre outros.

Os envolvidos no núcleo 1 são figuras políticas e militares de destaque, incluindo ex-ministros e generais. O processo legal que se desenrola representa um marco significativo na política brasileira, ressaltando a luta pela preservação das instituições democráticas em um país que vive desafios intensos e polarizados em sua trajetória.

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