O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, destacou em seu ofício a preocupação acerca da possibilidade de falhas no sinal da tornozeleira, o que poderia criar uma janela de oportunidade para que Bolsonaro tentasse fugir. Segundo Rodrigues, essa preocupação justificaria a necessidade da presença contínua de uma equipe de agentes na residência do ex-presidente.
A PF argumenta que, caso haja uma possível intenção de fuga, o monitoramento in loco é essencial para acompanhar as atividades do custodiado, bem como o fluxo de veículos na área e as interações com os vizinhos. Essas medidas, conforme explicou a PF, são consideradas as mais efetivas para mitigar os riscos associados ao cumprimento da prisão.
A decisão de instaurar esse monitoramento ganha relevância em meio à proximidade do julgamento que irá abordar as acusações contra Bolsonaro relacionadas a um suposto envolvimento em uma trama de tentativa de golpe. O início do julgamento está marcado para o dia 2 de setembro, o que intensifica a urgência das medidas de supervisão.
A solicitação da PF à PGR segue um parecer favorável que foi apresentado ao STF. Esse parecer foi enviado após o deputado federal Lindbergh Farias, do Partido dos Trabalhadores do Rio de Janeiro, ter encaminhado um pedido ao diretor da PF, enfatizando a necessidade de uma vigilância mais intensa. O parlamentar argumentou que tais precauções são fundamentais para assegurar que a lei penal seja devidamente aplicada, evitando assim qualquer possibilidade de fuga por parte de Bolsonaro.
Assim, o cenário se torna cada vez mais complexo, à medida que questões de segurança, vigilância e a aplicação da justiça se entrelaçam em um momento crucial da política brasileira.