Os acusados terão que cumprir algumas condições, como entregar os passaportes, comparecer em juízo regularmente para informar seus endereços, e estão proibidos de exercer qualquer atividade profissional relacionada ao ramo de laboratório de análises clínicas. Além disso, não podem fazer contato com as vítimas, exceto para fins de acordo civil em processo próprio. Todas as medidas serão reavaliadas em um prazo de seis meses, e qualquer descumprimento acarretará a revogação do benefício.
A investigação que levou à prisão dos sócios e funcionários do laboratório PCS Saleme teve início em outubro, quando foram descobertos erros em testes de HIV realizados em órgãos transplantados no estado do Rio de Janeiro. O laboratório foi contratado pela Fundação Saúde para realizar sorologia de órgãos doados na região de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Segundo as investigações, o laboratório emitiu laudos fraudulentos que afirmavam que dois doadores não tinham HIV, quando na verdade eram portadores do vírus. Essa negligência resultou na infecção por HIV de seis pessoas que receberam os órgãos transplantados. O Ministério Público estadual abriu inquérito civil para apurar possíveis irregularidades nos contratos da Fundação Saúde com a empresa responsável pelos exames.
A 1ª Promotoria de Justiça da região metropolitana e a 5ª Promotoria da capital estão supervisionando a situação do laboratório e investigando as circunstâncias que levaram à contaminação dos pacientes. A revogação da prisão dos sócios e funcionários do laboratório PCS Saleme marca um novo capítulo nessa complexa investigação, que continua em andamento para esclarecer todas as irregularidades relacionadas aos casos de HIV em órgãos transplantados.