JUSTIÇA – Senador Hamilton Mourão é convocado a depor pela Polícia Federal em investigação sobre possível influência de Jair Bolsonaro antes de audiência no STF.



O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) preste depoimento à Polícia Federal no prazo de 15 dias. A decisão, tomada na última terça-feira (3) em Brasília, é parte de uma investigação que visa esclarecer se Mourão foi influenciado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro antes de seu testemunho no processo referente a uma alegada trama golpista.

Recentemente, informações levantadas indicaram que Bolsonaro contatou Mourão antes de ele depor, sugerindo que o senador reiterasse a ausência de sua participação em eventos relacionados à suposta conspiração. Durante seu depoimento, Mourão se posicionou como uma testemunha de defesa não apenas para Bolsonaro, mas também para outros generais envolvidos na ação penal, que são acusados de compor um núcleo primordial da referida trama.

O senador declarou que nunca participou de encontros com Bolsonaro que discutissem a imposição de medidas excepcionais no país. Mourão também negou qualquer conhecimento sobre reuniões que teriam hipoteticamente abordado questões de natureza golpista no final do governo anterior.

Em um desdobramento relacionado, Moraes agendou para o dia 9 de junho os depoimentos de Jair Bolsonaro e de outros sete réus envolvidos no mesmo caso. Esses interrogatórios ocorrerão presencialmente na sala de julgamentos da Primeira Turma do STF. O tenente-coronel Mauro Cid, delator das investigações e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, será o primeiro a depor, seguido pelos outros acusados em ordem alfabética.

A expectativa é que o julgamento, que decidirá sobre a condenação ou absolvição de Bolsonaro e dos demais réus, aconteça no segundo semestre de 2023. Caso as condenações se concretizem, as penas poderão ultrapassar 30 anos de prisão. Os acusados enfrentam sérias acusações, incluindo formação de organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Os réus, que fazem parte do chamado “núcleo 1” da suposta trama, tiveram suas denúncias aceitas por unanimidade no fim de março. Dentre eles estão figuras proeminentes como Walter Braga Netto, Augusto Heleno e outros altos oficiais do governo anterior, provenientes de diferentes esferas do poder militar e civil. A sequência de depoimentos prometem trazer novos elementos crucial para a condução do processo.

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