Ao ser questionado sobre a crise fiscal enfrentada pelo Brasil e a possibilidade de o Judiciário contribuir com o ajuste fiscal promovido pelo governo federal, o ministro afirmou que o Poder Judiciário tem cumprido o teto de gastos instituído em 2017. Ele destacou que nos últimos sete anos, o Judiciário não ultrapassou o orçamento estabelecido em 2017, corrigido pela inflação. Barroso ressaltou que o Judiciário não tem participação nem responsabilidade pela crise fiscal brasileira.
Sobre o pagamento de supersalários a alguns magistrados, Barroso enfatizou que é contrário a qualquer pagamento ilegal. Ele esclareceu que alguns dos benefícios citados pela imprensa, como acúmulo de função e de acervo de processos, são indenizações legais aos quais juízes têm direito. No entanto, o presidente do STF reforçou que qualquer forma de indenização que seja ilegal não é aprovada por ele.
Em relação ao polêmico tema do aborto, Barroso adiantou que o julgamento sobre a descriminalização não deve ser pautado no ano de 2025. Ele argumentou que o debate ainda não está maduro o suficiente e que a questão do aborto é complexa e delicada. O ministro ressaltou que a sociedade brasileira ainda não consegue fazer uma distinção clara entre ser contra o aborto e compreender que em certas circunstâncias é necessário garantir o direito da mulher.
Por fim, Barroso abordou as críticas recebidas pelo STF em relação à restrição do pagamento de emendas parlamentares, destacando que o papel constitucional da Corte é resolver questões de grande relevância nacional. Ele reiterou que o protagonismo do STF muitas vezes é mal interpretado como ativismo judicial, mas ressaltou que no Brasil questões que em outros países são tratadas politicamente acabam sendo judicializadas. Esta postura é fundamental para garantir a transparência e legalidade nas decisões tomadas pela Suprema Corte.