O caso ganhou destaque especialmente no dia 3 de agosto, quando manifestações em apoio a Bolsonaro ocorreram em várias cidades brasileiras. Nesse dia, ele enviou mensagens a seus apoiadores, promovendo os atos e atacando o ministro Alexandre de Moraes, mencionando a aplicação da Lei Magnitsky, que visa sancionar violadores de direitos humanos. Na época, Bolsonaro já enfrentava uma proibição imposta por Moraes, que o impedia de usar suas próprias redes sociais e as de terceiros.
A Polícia Federal comparou as ações do ex-presidente a táticas utilizadas por “milícias digitais”. Em uma análise detalhada, os investigadores observaram que as mensagens compartilhadas por Bolsonaro foram replicadas pelo menos 363 vezes em um dos casos avaliados, provando um esforço coordenado para driblar as restrições determinadas pela justiça.
Além dos compartilhamentos, o relatório indicou que Bolsonaro utilizou essas ações para burlar a ordem de proibição de retransmissão de conteúdos, uma medida cautelar determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Essa decisão judicial resultou na prisão domiciliar de Bolsonaro, decretada no dia 4 de agosto, após o ex-presidente descumprir a ordem de restrição ao uso das redes sociais.
Em resposta ao indiciamento, a defesa de Bolsonaro manifestou surpresa, afirmando que está preparada para prestar os esclarecimentos requeridos pelo ministro Moraes. O cenário revela uma intensificação das tensões políticas no Brasil, em meio a um debate acalorado sobre o uso das redes sociais para fins políticos e o cumprimento de normas judiciais. A situação continua a se desenrolar, com os desdobramentos dos processos ainda a serem observados.