Os investigadores identificaram a existência de uma organização criminosa composta tanto por militares, ativos e da reserva, quanto por civis. Esse grupo teria se dedicado à execução de crimes graves, incluindo espionagem e homicídios de encomenda. Entre os elementos investigados, uma faceta alarmante foi a descoberta de uma entidade criminal auto-intitulada “Comando C4”. O nome da organização sugere uma missão de “caça a comunistas corruptos e criminosos”, revelando seus alvos e evidenciando o potencial de novas vítimas.
Além disso, a Polícia Federal encontrou registros que indicam que essa organização mantinha uma tabela de preços para a execução de homicídios, com valores variando de acordo com a importância da vítima. De acordo com as informações recuperadas, um deputado teria seu assassinato avaliado em R$ 100 mil, um senador em R$ 150 mil e um ministro do Supremo Tribunal Federal por R$ 250 mil. Esses dados revelam a gravidade e o nível de planejamento criminoso envolvido nas ações do grupo.
A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, incluiu a execução de cinco mandados de prisão preventiva, seis mandados de busca e apreensão e quatro mandados de monitoramento eletrônico, abrangendo os estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Foram impostas também medidas cautelares como recolhimento domiciliar noturno e proibições de contato e saída do país, além do confisco de passaportes.
As investigações em torno da Operação Sisamnes começaram no final de 2024, quando foram deflagradas as primeiras fases com o intuito de apurar crimes relacionados a organizações criminosas, corrupção e violação de sigilo funcional. À medida que a Polícia Federal aprofundou suas investigações, evidências de um esquema de venda de decisões judiciais emergiram, envolvendo advogados, lobistas e até magistrados, evidenciando a complexidade e a gravidade do pano de fundo criminológico que envolve esse caso.