JUSTIÇA – MPSP defende prioridade para uso de câmeras corporais pela PM em operações policiais em comunidades vulneráveis ou com potencial de danos colaterais.



O Ministério Público de São Paulo (MPSP) emitiu um parecer favorável ao uso prioritário de câmeras corporais pelos policiais militares em operações policiais realizadas em comunidades vulneráveis ou situações que apresentem alto potencial de danos colaterais. Essa manifestação foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (20), em resposta a uma solicitação do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, para que o MP se manifestasse sobre o pedido do governo de São Paulo de restringir o uso das câmeras apenas em “operações policiais de grande envergadura”.

De acordo com a Polícia Militar, a corporação possui 10 mil câmeras corporais, no entanto, o efetivo conta com cerca de 80 mil policiais. Diante desse cenário, o MPSP considerou razoável que as câmeras sejam utilizadas em operações restritas, como a Operação Verão, que está programada para acontecer entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025.

A Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo argumentou que a determinação do uso das câmeras em todas as operações policiais seria inviável devido ao efetivo atual e à quantidade de equipamentos disponíveis. No entanto, o governo do estado se comprometeu, em abril deste ano, a implementar o uso das câmeras corporais nas operações policiais e apresentou um cronograma para a implementação do sistema.

Em setembro, foi anunciada a assinatura de um contrato com a empresa Motorola para a compra de 12 mil câmeras corporais. Porém, a forma de acionamento das câmeras gerou críticas, pois poderia ser interrompida durante as operações. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) defendeu o sistema de acionamento automático por software, que poderia ser realizado à distância pelo Centro de Operações da PM.

Esse tema levantou debates e preocupações com relação aos direitos humanos, levando a Defensoria Pública de São Paulo e entidades do setor a pedir mudanças no edital de compra das câmeras. O caso foi levado ao STF, e o ministro Barroso determinou que o governo paulista seguisse os parâmetros do Ministério da Justiça e Segurança Pública na licitação das câmeras corporais.

Após meses de análise e discussões, a decisão final foi proferida na última segunda-feira (9), tornando obrigatório o uso das câmeras corporais pelos policiais militares em operações policiais no estado de São Paulo. Essa medida visa garantir a transparência, a segurança e o respeito aos direitos fundamentais durante as operações realizadas pela Polícia Militar.

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