JUSTIÇA – Ministro Dias Toffoli retira sigilo de investigação de suposta apropriação indevida da Transparência Internacional de recursos da Lava Jato



Nesta sexta-feira (6), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, retirou o sigilo da ação que investiga suposta apropriação indevida, pela organização Transparência Internacional, de recursos provenientes de acordos de leniência firmados no âmbito da Operação Lava Jato.

“Diante da publicidade dada aos presentes autos, verifico que não mais se justifica a manutenção do sigilo inicialmente imposto, devendo a Secretaria Judiciária acautelar, em anexos próprios, apenas aqueles documentos que porventura aportem aos autos futuramente e as decisões que estejam revestidas de sigilo pelo Relator. Publique-se”, registrou o ministro no despacho.

Além disso, a atuação da organização também é alvo de investigação da Corregedoria Nacional de Justiça, vinculada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e o processo tramita em sigilo.

A Transparência Internacional negou ter recebido ou gerido fundos oriundos de multas pagas por empresas condenadas na Lava Jato. Em nota divulgada, a organização também afirmou ter sofrido retaliação por trabalhar contra a corrupção no Brasil e acusou o ministro Dias Toffoli de investigá-la com base em informações falsas e imprecisas.

Na nota, a organização afirmou: “Vale ressaltar que este pedido de investigação coincidiu com a publicação do Índice de Percepção de Corrupção uma semana antes. Capítulo brasileiro, destacando as decisões do judiciário que perpetuaram a impunidade generalizada para esquemas de corrupção em grande escala que afetam vários países. Estes ataques sublinham o papel crucial do trabalho da Transparência Internacional no Brasil para manter o poder sob controle. Não seremos intimidados e o nosso compromisso de nos manifestarmos contra a corrupção permanece firme”, conclui a nota, assinada por François Valérian, presidente da Transparência Internacional.

Toffoli também levantou o sigilo no processo em que decidiu pela suspensão do pagamento das multas no valor de R$ 10,3 bilhões aplicadas à J&F. A decisão de suspender o pagamento foi feita devido ao acesso integral aos documentos da Operação Spoofing. A operação foi deflagrada para investigar a troca de mensagens que, supostamente, revela que o ex-juiz federal Sergio Moro e integrantes do MPF combinavam procedimentos investigatórios no âmbito da Lava Jato.

Toffoli também suspendeu o pagamento de cerca de R$ 8,5 milhões em multas da empreiteira Novonor (antigo Grupo Odebrecht), resultado de acordo de leniência.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo